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Ectasia corneana: saiba mais sobre esta condição

  • Foto do escritor: carolina satie kita
    carolina satie kita
  • há 20 minutos
  • 4 min de leitura
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A ectasia corneana é uma condição ocular que provoca o enfraquecimento e a deformação progressiva da córnea.


Essa alteração pode comprometer a visão, dificultando atividades simples do dia a dia e impactando a qualidade de vida do paciente. 


Embora seja mais conhecida como uma complicação rara após cirurgias refrativas, a ectasia também pode surgir em pessoas com predisposição genética ou outras alterações corneanas. 


Portanto, entender suas causas, sintomas e possibilidades de tratamento é fundamental para o diagnóstico precoce e para evitar que a perda visual avance.


O que é a ectasia corneana e como ela afeta a visão?


A ectasia corneana é uma condição em que a córnea, que deveria ter um formato arredondado e estável, sofre um enfraquecimento estrutural e começa a se deformar.

Assim, ela fica mais fina e projetada para frente. 


Essa alteração compromete sua curvatura e, consequentemente, a forma como a luz é focalizada dentro do olho, causando distorções visuais importantes. 


O paciente pode perceber visão embaçada, irregular e, muitas vezes, associada a astigmatismo progressivo que não melhora apenas com o uso de óculos


Em casos mais avançados, a visão pode ser bastante prejudicada, a ponto de dificultar atividades como ler, dirigir ou enxergar de longe com clareza.


Quais são as principais causas dessa condição ocular? 


Entre as principais causas da ectasia corneana, temos:


  • Predisposição genética: muitas vezes, existe histórico familiar de doenças ectásicas da córnea, como ceratocone, sugerindo que genes que controlam estrutura e qualidade do tecido corneano interferem;

  • Cirurgias refrativas: procedimentos como PRK ou LASIK, quando removem tecido da córnea ou criam uma lâmina (flap) muito espesso, podem enfraquecer a estrutura corneana, levando à ectasia;

  • Espessura residual do estroma corneano baixa: isto é, após cirurgia, quanto menos tecido saudável resta sustentando a córnea (residual stromal bed), maior é o risco de deformação;

  • Miopia alta: pacientes com graus elevados de miopia submetidos a cirurgia refrativa têm risco aumentado para essa condição;

  • Atrito mecânico / esfregar os olhos: o hábito de esfregar os olhos com frequência e vigor pode causar microtraumas que contribuem para enfraquecimento gradual da córnea;

  • Doenças do tecido conjuntivo: condições sistêmicas como síndrome de Ehlers-Danlos, por exemplo, que afetam a integridade do colágeno, podem predispor à ectasia;

  • Trauma ou inflamação corneana: infecções, úlceras, inflamações crônicas ou lesões que gerem afinamento ou cicatrização corneana podem desencadear ou agravar a ectasia. 


Quais são os sintomas que podem indicar a presença da ectasia?


Os sintomas que podem indicar a presença dessa condição são:


  • Visão embaçada ou distorcida, que piora progressivamente;

  • Dificuldade para enxergar de longe e de perto, mesmo com óculos;

  • Astigmatismo irregular, que não melhora totalmente com lentes comuns;

  • Sensibilidade à luz (fotofobia);

  • Visão dupla ou imagens “fantasma”;

  • Piora da qualidade da visão noturna, com halos e reflexos em torno das luzes;

  • Necessidade frequente de trocar o grau dos óculos ou lentes de contato;

  • Dificuldade em adaptar-se ao uso de lentes de contato convencionais.


Como realizamos o diagnóstico dessa condição?


O diagnóstico da ectasia corneana é feito por meio de uma avaliação oftalmológica detalhada, que inclui tanto o exame clínico quanto exames complementares capazes de analisar a estrutura e a curvatura da córnea. 


Começamos observando os sinais de afinamento e irregularidade no formato da córnea.


Para isso, utilizamos equipamentos específicos como a topografia e a tomografia corneana, que permitem mapear com precisão sua superfície e espessura. 


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Através desses exames, conseguimos identificar alterações sutis ainda em estágios iniciais, quando os sintomas podem ser pouco evidentes. 


Além disso, a refração do paciente pode mostrar astigmatismo irregular ou progressivo, o que reforça a suspeita diagnóstica. 


Em alguns casos, também podemos utilizar testes para avaliar distorções na formação da imagem. 


Quais são os tratamentos disponíveis para controlar ou corrigir a ectasia corneana?


O tratamento da ectasia corneana depende da gravidade do quadro e da progressão da doença.


Em estágios iniciais, o uso de óculos ou lentes de contato rígidas especiais pode ajudar a corrigir as distorções visuais causadas pela irregularidade da córnea. 


Quando há risco de progressão, o crosslinking corneano é o principal recurso, pois fortalece as fibras de colágeno da córnea e aumenta sua estabilidade, reduzindo a chance de piora do quadro.


Em casos em que a visão não pode ser corrigida com lentes convencionais, podem ser indicadas lentes de contato esclerais, que proporcionam melhor adaptação e conforto. 


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Já nos quadros mais avançados, em que há afinamento acentuado e perda visual significativa, pode ser necessário recorrer ao transplante de córnea como forma de restaurar a transparência e a curvatura adequada. 


Se você quer saber como funciona o transplante de córnea, confira esse artigo em nosso blog!


Lembramos que contar com o acompanhamento da oftalmologista é essencial para diagnosticar a ectasia corneana precocemente, monitorar sua evolução e definir o tratamento mais adequado em cada fase da doença. 


Quanto antes a condição for identificada, maiores são as chances de preservar a visão.


Então, se você percebe alterações na sua visão ou deseja uma avaliação completa da saúde dos seus olhos, agende sua consulta e cuide do seu bem mais precioso: a sua visão.


 
 
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Dra. Carolina Satie Kita     -     Médica Oftalmologista - CRM-SP 161566 / RQE 84470

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