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Córnea espessa: quais problemas pode causar?

  • Foto do escritor: carolina satie kita
    carolina satie kita
  • há 2 horas
  • 4 min de leitura
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Você quer entender as causas e as possíveis complicações da córnea espessa?


A córnea é uma das estruturas mais importantes do olho, responsável por proteger as partes internas e garantir que a luz chegue corretamente até a retina, permitindo uma visão nítida. 


Entretanto, alterações em sua espessura podem influenciar tanto a qualidade da visão quanto a precisão de exames oftalmológicos. 


Uma dessas alterações é a córnea espessa, condição que nem sempre representa um problema, mas que pode mascarar diagnósticos ou estar relacionada a doenças oculares.


Continue lendo para saber quando é importante buscar orientação da especialista!


O que é a córnea e qual é o seu papel na visão?


A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte frontal do olho, responsável por proteger as estruturas internas e atuar como a principal lente do sistema óptico ocular. 


Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), ela funciona como uma espécie de “janela” que permite a entrada e o direcionamento da luz para a retina, onde as imagens são formadas. 


Sua curvatura e transparência são essenciais para que a refração da luz, ou seja, o desvio que ela sofre ao atravessar os meios oculares, ocorra de forma precisa, garantindo uma visão nítida. 


Além de sua função óptica, a córnea também tem papel protetor, atuando como uma barreira física contra poeira, microrganismos e lesões externas. 


Por ser avascular (sem vasos sanguíneos), recebe nutrição a partir das lágrimas e do humor aquoso, o que ajuda a manter sua integridade e transparência. 


Assim, qualquer alteração em sua estrutura ou espessura pode impactar a qualidade da visão e a saúde ocular.


O que significa ter uma córnea espessa?


Ter uma córnea espessa significa que a espessura dessa estrutura transparente na frente do olho está acima do valor considerado normal, que deve variar em média entre 520 e 540 micrômetros. 

Embora nem sempre represente um problema, a córnea espessa pode interferir em exames importantes, como a tonometria, que mede a pressão intraocular.


Isso leva a resultados falsamente elevados e dificulta o diagnóstico preciso de doenças como o glaucoma. 


Em alguns casos, o aumento da espessura também pode estar associado a alterações estruturais ou inflamatórias, que modificam a transparência e a curvatura da córnea, afetando a visão. 


Quais são as causas mais comuns do espessamento da córnea?


As causas mais comuns do espessamento da córnea incluem:


  • Fatores genéticos: algumas pessoas nascem com córneas naturalmente mais espessas, sem que isso represente uma doença ocular;

  • Edema corneano: acúmulo de líquido nas camadas da córnea, geralmente causado por inflamações, traumas ou doenças que afetam o endotélio (camada responsável por manter o equilíbrio hídrico da córnea);

  • Doenças da córnea: condições como a distrofia de Fuchs podem levar ao espessamento devido à falha na função das células endoteliais;

  • Pós-cirurgias oculares: procedimentos como cirurgias de catarata, transplante de córnea ou laser refrativo podem causar alterações temporárias na espessura corneana;

  • Processos inflamatórios ou infecciosos: infecções oculares e ceratites podem gerar edema e aumento da espessura da córnea;

  • Alterações hormonais ou metabólicas: em casos mais raros, doenças sistêmicas como diabetes descompensado podem influenciar na espessura corneana;

  • Uso prolongado de lentes de contato: o uso inadequado ou por tempo excessivo pode provocar inflamação e retenção de líquido na córnea.


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Quais sintomas podem estar associados a alterações na espessura da córnea?


As alterações na espessura da córnea podem causar alguns sintomas perceptíveis, como, por exemplo:


  • Visão embaçada ou distorcida: o espessamento pode alterar a curvatura e a transparência da córnea, prejudicando a refração da luz;

  • Sensação de corpo estranho ou areia nos olhos: comum em casos de inflamação ou edema corneano;

  • Sensibilidade aumentada à luz (fotofobia): ocorre quando há comprometimento da superfície corneana;

  • Olhos avermelhados: sinal frequente de processos inflamatórios ou irritativos;

  • Dor ou desconforto ocular: pode surgir em situações de edema importante ou infecções associadas;

  • Olhos lacrimejantes: resposta natural do olho a irritações ou inflamações da córnea;

  • Diminuição gradual da acuidade visual: quando o espessamento está ligado a doenças como a distrofia de Fuchs ou outras alterações endoteliais.


Qual é o exame que mede a espessura da córnea? Como ele é realizado?


A paquimetria é o exame utilizado para medir com precisão a espessura da córnea.


Podemos realizar esse exame de duas formas principais: paquimetria ultrassônica e paquimetria óptica. 


Na versão ultrassônica, um pequeno sensor é colocado em contato com a superfície da córnea após a aplicação de um colírio anestésico, emitindo ondas de ultrassom que calculam a espessura corneana em micrômetros. 


Já a paquimetria óptica é feita sem contato direto, utilizando feixes de luz para realizar a medição com alta precisão, geralmente por meio de equipamentos como o Pentacam ou o OCT (tomografia de coerência óptica). 


O exame é rápido, indolor e seguro.


Assim, podemos indicá-lo em diversas situações, como no diagnóstico e acompanhamento do glaucoma, avaliação pré-operatória de cirurgias refrativas e monitoramento de doenças corneanas. 


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Existe tratamento para a córnea espessa?


A córnea espessa nem sempre requer tratamento. 


Entretanto, quando o espessamento está associado a condições como edema corneano, inflamações ou doenças como a distrofia de Fuchs, é necessário identificar e tratar a causa subjacente. 


O tratamento pode envolver o uso de colírios que reduzem o acúmulo de líquido na córnea, medicamentos anti-inflamatórios ou lubrificantes oculares para aliviar os sintomas e proteger a superfície ocular. 


Já em situações mais graves, em que há comprometimento das células endoteliais responsáveis por manter o equilíbrio hídrico da córnea, podemos indicar um transplante parcial ou total.


Portanto, diante de qualquer um dos sintomas relacionados à córnea espessa, é essencial procurar a oftalmologista para uma avaliação detalhada.


Somente o exame clínico e os testes podem identificar a causa exata da alteração na espessura da córnea e indicar o tratamento mais adequado.


Então, não adie o cuidado com a sua visão, marque uma consulta com um especialista e mantenha a saúde dos seus olhos sempre em dia.

 
 
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Dra. Carolina Satie Kita     -     Médica Oftalmologista - CRM-SP 161566 / RQE 84470

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