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Ceratoplastia: como realizamos e quais as indicações?

  • Foto do escritor: carolina satie kita
    carolina satie kita
  • 14 de out.
  • 4 min de leitura
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A ceratoplastia é um procedimento cirúrgico fundamental para restaurar a visão em pacientes cuja córnea foi comprometida.


Ao substituir total ou parcialmente a córnea doente por tecido saudável de um doador, essa cirurgia busca devolver a transparência e a curvatura corretas.


Isso permite que a luz seja adequadamente focalizada no olho.


Continue lendo esse artigo para entender como a ceratoplastia é realizada, os diferentes tipos de procedimento e as principais indicações


O que é a ceratoplastia e em que consiste esse procedimento cirúrgico?


A ceratoplastia, também conhecida como transplante de córnea, é um procedimento cirúrgico realizado para substituir uma córnea danificada ou doente por uma saudável proveniente de um doador.

A córnea é a estrutura transparente que recobre a parte anterior do olho e é responsável por grande parte da refração da luz que entra nos olhos.


Quando ela perde sua transparência ou forma regular devido a doenças ou lesões, a visão pode ser severamente comprometida.


Quais são os principais tipos de ceratoplastia e como diferem entre si?


Existem diferentes tipos de ceratoplastia, que variam conforme a profundidade da lesão na córnea.


Confira:


Ceratoplastia Penetrante (PK)


Substitui toda a espessura da córnea por tecido doador.


Indicada quando há comprometimento completo da córnea, como cicatrizes profundas ou ceratocone avançado.


Ceratoplastia Lamelar Anterior Profunda (DALK)


Substitui apenas as camadas frontais da córnea, preservando o endotélio (camada interna).


Há menor risco de rejeição do enxerto, pois o endotélio do paciente é mantido.


Ceratoplastia Endotelial (DSEK / DMEK)


Substitui apenas o endotélio e a membrana de Descemet, preservando quase toda a córnea do paciente.


Menos invasiva, com recuperação visual mais rápida e menor risco de rejeição.


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Quais condições indicam a necessidade de uma ceratoplastia?


As condições ou doenças oculares que geralmente indicam a necessidade de uma ceratoplastia incluem:


  • Ceratocone avançado: quando a córnea se torna progressivamente fina e em formato cônico, prejudicando a visão;

  • Distrofias corneanas: alterações genéticas ou adquiridas que afetam a transparência e a função da córnea;

  • Cicatrizes corneanas profundas: resultantes de traumas, queimaduras ou infecções graves que comprometem a visão;

  • Edema corneano crônico: inchaço persistente da córnea, muitas vezes por falha do endotélio corneano;

  • Infecções corneanas graves: como ceratite bacteriana, viral ou fúngica, que danificam permanentemente a córnea;

  • Complicações pós-cirúrgicas: como falhas em transplantes anteriores ou após cirurgias refrativas, quando a córnea perde transparência ou forma;

  • Doenças endoteliais: como a distrofia de Fuchs, que afeta a camada interna da córnea e causa perda visual progressiva.


Como realizamos esse procedimento?


O procedimento de ceratoplastia é realizado em ambiente cirúrgico, geralmente sob anestesia local associada a sedação ou, em alguns casos, anestesia geral.


Inicialmente, preparamos o olho do paciente, removendo cuidadosamente a córnea comprometida de acordo com o tipo de transplante indicado.


No caso da ceratoplastia penetrante, toda a espessura da córnea é substituída por um botão de córnea doadora, que é suturado no lugar com pontos finos que mantêm a estrutura ocular estável.


Em transplantes lamelares, como a DALK ou a ceratoplastia endotelial, apenas as camadas afetadas da córnea são removidas e substituídas, preservando o tecido saudável do paciente sempre que possível.


Durante a cirurgia, garantimos o alinhamento preciso do enxerto para restaurar a curvatura adequada e a transparência da córnea.


Após a finalização da sutura, protegemos o olho com um tampão ou curativo, e o paciente inicia o

período de recuperação.


Quanto tempo leva a recuperação visual e física após a cirurgia?


Em geral, a recuperação física imediata é relativamente rápida.


Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente pode apresentar leve desconforto, sensibilidade à luz e visão embaçada, que vão melhorando gradualmente.


Porém, a recuperação visual completa costuma levar mais tempo.


No caso da ceratoplastia penetrante, a visão pode demorar cerca de um ano para se estabilizar, devido à necessidade de cicatrização completa da córnea e da adaptação do enxerto.


Para transplantes lamelares, como a DALK ou a ceratoplastia endotelial (DSEK/DMEK), a recuperação visual tende a ser mais rápida, muitas vezes em alguns meses.


Isso porque, o procedimento preserva parte da córnea do paciente e apresenta menor risco de rejeição.


Quais são os riscos e possíveis complicações da ceratoplastia?


Os riscos e possíveis complicações da ceratoplastia incluem:


  • Rejeição do enxerto: reação imunológica que pode comprometer o tecido transplantado;

  • Infecção ocular: risco associado à cirurgia ou ao período pós-operatório;

  • Astigmatismo irregular: alteração na curvatura da córnea que pode afetar a visão;

  • Deslocamento ou falha do enxerto: especialmente em transplantes lamelares;

  • Edema corneano persistente: inchaço que pode prejudicar a transparência do enxerto;

  • Cicatrizes ou opacificação: que podem reduzir a qualidade visual.


Quais cuidados o paciente deve ter no pós-operatório? Qual a importância de contar com a oftalmologista durante todo o processo?


No pós-operatório da ceratoplastia, o paciente deve seguir rigorosamente as orientações da oftalmologista para garantir a cicatrização adequada e reduzir o risco de complicações.


É essencial utilizar corretamente os colírios antibióticos e anti-inflamatórios prescritos, evitar traumas ou pressão nos olhos, proteger a região de luz intensa e poluição, além de não coçar ou esfregar os olhos.


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Ressaltamos que o acompanhamento contínuo com a oftalmologista é essencial.


Dessa forma, podemos monitorar a integração do enxerto, detectar precocemente sinais de rejeição ou infecção e ajustar o tratamento sempre que necessário.


Esse cuidado constante é determinante para o sucesso da cirurgia e para a recuperação da visão com qualidade.


Portanto, se você precisa de avaliação ou acompanhamento especializado, agende sua consulta com a especialista em saúde dos olhos e garanta o melhor cuidado!


 
 
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Dra. Carolina Satie Kita     -     Médica Oftalmologista - CRM-SP 161566 / RQE 84470

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