Melanoma ocular: saiba os sintomas e como tratar
- carolina satie kita
- 3 de jul.
- 4 min de leitura

O melanoma ocular é um tipo raro, porém grave, de câncer que se desenvolve nas células pigmentares do olho.
Por se tratar de uma condição silenciosa em seus estágios iniciais, muitas pessoas desconhecem os sinais que podem indicar a presença desse tumor.
Portanto, conhecer os sintomas e as opções de tratamento disponíveis é fundamental para garantir um diagnóstico precoce e aumentar as chances de preservar a visão e a saúde geral.
Entenda melhor neste artigo!
O que é o melanoma ocular?
O melanoma ocular é um tipo raro de câncer que se desenvolve nas células produtoras de pigmento do olho, chamadas melanócitos.
Essas células estão presentes principalmente na úvea, estrutura que inclui a íris, o corpo ciliar e a coroide, e é justamente nesses locais que o melanoma ocular costuma surgir, sendo mais comum na coroide.
Assim como o melanoma de pele, o melanoma ocular também está relacionado à produção anormal de melanina, mas suas causas não estão totalmente esclarecidas.
Quais são os fatores de risco para desenvolver esse tipo de câncer ocular?
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do melanoma ocular são:
Cor da pele e dos olhos: pessoas com pele clara, olhos azuis ou verdes e cabelos claros apresentam maior risco de desenvolver melanoma ocular;
Idade avançada: o risco aumenta com o envelhecimento, sendo mais comum após os 50 anos;
Sexo masculino: homens tendem a apresentar maior incidência da doença em comparação às mulheres;
Exposição à radiação UV: exposição prolongada ao sol ou a fontes artificiais de radiação ultravioleta pode contribuir para o desenvolvimento do tumor;
Alterações genéticas: mutações em genes como BAP1 e histórico de síndromes genéticas raras elevam a chance de aparecimento do melanoma;
Nevo ocular: presença de manchas pigmentadas no interior do olho (nevo de coroide) pode, em alguns casos, evoluir para melanoma;
Histórico familiar: ter familiares diagnosticados com melanoma ocular pode indicar predisposição genética.
Quais são os sintomas dessa condição?
O melanoma ocular pode se desenvolver de forma silenciosa, sem apresentar sinais evidentes nos estágios iniciais.
Porém, à medida que o tumor cresce, alguns sintomas podem surgir e afetar a visão ou a estrutura do olho, confira abaixo:
Visão embaçada: a presença do tumor pode afetar a passagem da luz dentro do olho, provocando perda parcial da nitidez visual;
Manchas escuras na visão: o paciente pode perceber áreas escuras ou “sombras” no campo visual;
Sensação de flashes de luz: brilhos ou clarões que surgem sem estímulo luminoso externo;
Perda de visão periférica: o crescimento do tumor pode comprometer a visão lateral de forma progressiva;
Alteração no formato da pupila: em alguns casos, o tumor pode provocar deformidades visíveis na pupila;
Mudança na posição ou movimento do olho: o melanoma pode causar deslocamento do globo ocular ou sensação de pressão;
Dor ocular (menos comum): embora a maioria dos melanomas oculares não cause dor, ela pode estar presente em casos mais avançados.

Como realizamos o diagnóstico do melanoma ocular?
Quando o paciente apresenta sintomas relacionados a essa condição, realizamos inicialmente o exame de fundo de olho, que permite visualizar diretamente a retina e a coroide, regiões onde esse tipo de tumor costuma se desenvolver.
Além disso, utilizamos exames de imagem para confirmar a presença, localização e extensão da lesão.
A ultrassonografia ocular é uma das principais ferramentas nesse processo, pois permite avaliar as características internas do tumor, como tamanho, forma e consistência.
Em muitos casos, também solicitamos a tomografia de coerência óptica (OCT) para examinar camadas mais profundas da retina, e a angiografia com fluoresceína, que nos ajuda a analisar o padrão de irrigação sanguínea da lesão.

Por fim, em casos mais complexos ou para fins prognósticos, podemos encaminhar o material genético da lesão para análise molecular.
Quais são as opções de tratamento para esse câncer ocular? Quando a cirurgia será necessária?
Quando o tumor é pequeno e assintomático, em alguns casos optamos por uma conduta de observação cuidadosa com exames regulares, especialmente se não houver sinais de crescimento.
Entretanto, a maioria dos melanomas oculares requer intervenção ativa.
Entre as abordagens mais utilizadas está a radioterapia, especialmente na forma de braquiterapia, um tipo de radioterapia localizada em que um pequeno implante é fixado temporariamente próximo ao tumor.
Essa técnica permite tratar a lesão com precisão, preservando, sempre que possível, a estrutura e a função do olho.
Também utilizamos a radioterapia externa em casos selecionados, quando a localização ou o tamanho da lesão dificultam a braquiterapia.
Já a cirurgia, indicamos nos casos em que o tumor é muito grande ou ameaça a integridade do globo ocular.
Em algumas situações, pode ser realizada a ressecção local, um procedimento que busca remover apenas o tumor preservando o globo ocular.
No entanto, quando o melanoma é mais agressivo ou ocupa uma grande área do olho, pode ser necessária a enucleação, que é a retirada completa do globo ocular para evitar a disseminação da doença.
A cirurgia é feita sob anestesia e requer cuidados específicos no pós-operatório, com acompanhamento regular para monitorar a recuperação e possíveis complicações.
A decisão sobre o tipo de procedimento é sempre individualizada e feita com base em exames detalhados e avaliação médica especializada.
O melanoma ocular pode se espalhar para outras partes do corpo?
Sim, o melanoma ocular pode se espalhar para outras partes do corpo, esse processo é conhecido como metástase.
Mesmo sendo um câncer que se desenvolve dentro do olho, ele pode atingir órgãos à distância, principalmente o fígado, que é o local mais comum de disseminação, seguido pelos pulmões e ossos.
Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental.
Consultas regulares com a oftalmologista e exames, como o mapeamento de retina e a fundoscopia, são recursos essenciais para identificar sinais suspeitos e iniciar o tratamento adequado o quanto antes.
Além disso, o acompanhamento com a oftalmologista permite avaliar o comportamento do tumor ao longo do tempo e realizar exames complementares.
Então, se você nunca fez um exame oftalmológico completo ou está com a consulta em atraso, este é o momento ideal para agir.
Agende sua consulta com a especialista em saúde dos olhos e tire todas as suas dúvidas!







